Vivia, há muitos e muitos anos uma garota chamada Yana. A jovem morava em uma cabana na beira da floresta com seus pais e seus irmãos. Ela era feliz e tinha as respostas para tudo. Vivia cada aventura sem olhar para trás, sua vida era simples e ela não tinha medo algum, de coisa alguma na face da terra.
Em um belo dia de primavera, Yana resolveu que seria uma ótima idéia sair para passear na floresta. E assim ela fez. Pegou sua cabecinha fantasiosa e saiu destemida mata adentro. Ela fazia isso toda hora e não costumava ter problemas, conhecia cada árvore, cada bicho, cada flor daquela floresta.
O tempo passou e Yana caminhou quase sem perceber, curiosamente, daquela vez ela começou a pensar sobre a sua vida, a sonhar com os passarinhos, a planejar sem exitar o seu futuro e a se perguntar o que ela procurava naquela floresta.
Conforme a sua imaginação voltou à terra Yana se percebeu com um pouco de fome e resolveu voltar para a casa, e para o ensopado de sua mãe. Assim, a garota mudou seu caminho. Não demorou muito tempo até que Yana se percebeu perdida. Pela primeira vez a pequena não sabia onde estava indo, ela não tinha caminho, destino ou direção. Ela procurou mas não conseguia encontrar a trilha certa, tudo que tentava parecia levá-la para o lado errado.
Nada fazia muito sentido, não podia reconhecer as àrvores, o chão não lhe era familiar, o cheiro de pinho da floresta ao lado de sua casa já não era mais o mesmo. Tudo havia mudado e tudo que ela conhecia desaparecera.
A mata parecia um deserto sem fim, não tinha saída, não tinha entrada. O mundo girava a sua volta e ela não podia reconhece-lo, Yana estava em frente ao desconhecido. Não tinha as respostas e pela primeira vez uma sensação diferente invadiu seu peito; Yana estava com medo. Agora ela era uma jovem comum, ela quase não conseguia se reconhecer. Era fraca, vulnerável, apenas uma jovem humana de 13 e poucos anos. Ela estava sozinha, abandonada e completamente perdida.
Naquele dia, a garota mudou mais do que jamais havia mudado em sua vida inteira; As coisas nunca mais seriam as mesmas, agora ela tinha enxergado um outro lado. Ela viu que as respostas às vezes não chegariam claras e limpas, algumas vezes ela teria que procurar fundo em seu coração para conseguir descobrir o que fazer.
Mas ainda assim, Yana não desistiu. Ela continuou e continuou andando sem direção mesmo que não fizesse muito sentido naquele momento, quanto mais ela caminhava mais perdida ficava.
Mais tempo se passou, a tarde começava a avançar e a garota estava com fome. Seus pais deviam estar preocupados com o seu sumiço. A menina chegou a uma clareira, grande e aberta. A relva cobria o chão e Yana deitou-se para descansar. O céu se estendia explêndido sobre sua cabeça, azul feito os seus olhos e as nuvens formavam imagens distintas lá no alto.
A garota admirou a beleza por um mero instante, esquecendo-se de seus problemas. Mas como que de repente o inacreditável aconteceu e lá, bem no alto do céu, Yana viu uma pipa amarela. O que faria uma pipa tão bonita no meio da floresta? Mas lá estava ela e Yana não hexitou em pensar duas vezes e resolveu segui-la. O que mais a garota deveria fazer? Ela estava perdida então seguiu seu coração, foi atrás de seu instinto e fez o que pensou ser certo. Voando magnífica pela imensidão azul, a garota foi atrás a pipa pela floresta. Ela não prestava atenção em mais nada, quase sem perceber correu por entre as árvores. Perseguiu a pipa como o amanhecer corre atrás da noite. Yana nem percebeu quando seu pai envolveu-a em um abraço, pois continuava admirando a bela pipa amarela lá no céu, a pipa que deu a sua vida de volta, que encontrou a única resposta que a garota precisava.
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